Mãe do mês por Lívia Pacheco – entrevista com mães que inspiram

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Mais um mês está chegando ao fim e junto com ele trago sempre a história de uma mãe. Procuro trazer histórias que motivem, inspirem, superem, alcancem e abracem o maior número possível de mulheres, sejam tentantes, gestantes ou mães. E este mês com vocês a “Mãe do mês” por Lívia Pacheco, entrevista com mães que inspiram, uma pessoa que o destino trouxe de presente do mundo virtual para o real.

A Lívia escreve o Blog Mamãe Virtual e tem uma história linda de superação do filho, que nasceu prematuro, passou mais de dois meses na UTI, três cirurgias e hoje é lindo, saudável e super inteligente.

Li, obrigada de coração por ter aceito o convite e compartilhado um pouco da sua história!

PESSOAL

Meu nome é Lívia Pacheco, tenho 33 anos, sou de Cubatão, mas fui criada em Santos. Sou a filha mais velha do meu pai e da minha mãe, e tenho três irmãos: um por parte de mãe e outros dois por parte de pai. Formei-me em Propaganda e Marketing e tenho experiência em marketing de varejo.

Conheci meu marido há 12 anos, casei-me oficialmente em 2009, e como ele é de São Paulo, mudei-me para cá em 2006, mas não desisti de voltar a morar em Santos.

MATERNIDADE

Livia Pacheco e Filipe IILivia Pacheco e Filipe I

O sonho de toda mulher (pelo menos quase todas) é ser mãe, acredito que nós já nascemos com esse instinto que começa a ser “treinado” na infância com suas bonecas, brincando de casinha, enfim, e comigo não foi diferente. Sempre tive o desejo de ter um filho, sonhei com ele, sonhei com um menino lindo, literalmente eu sonhei, e nesse sonho ele era bem pequeno e eu falava isso para uma pessoa: “Olha que lindo que ele é. Tão pequeninho e tão lindo.” E assim aconteceu: meu filho nasceu de sete meses, pesando 1.520kg e com 40cm – bem pequeno!

Não imaginava as surpresas que a maternidade poderia me preparar, afinal, eu só conhecia um lado: o de cuidar, alimentar, brincar, ficar cansada com os choros noturnos, trocar fraldas, se preocupar em como amamentar na rua, entre outras coisas, porém comigo foi bem diferente.

Aos sete meses de gestação (trinta e três semanas) minha bolsa rompeu e tivemos que fazer o parto.

Tive um filho prematuro, o Filipe, abaixo do peso, que nasceu com atresia do esôfago (o esôfago superior não se conecta ao esôfago inferior e ao estômago, por isso ele não engolia o líquido na barriga, causando o aumento de líquido). A primeira cirurgia que fez foi no seu 3° dia de vida, e foi operado por um anjo que Deus preparou na terra. Após a cirurgia foram longos dias de recuperação, aproximadamente, 10/15 dias, que pode parecer pouco, mas p aos olhos das pessoas, mas para uma mãe, são longos dias.

Livia Pacheco e Filipe IIILivia Pacheco pai e filho

PREMATURIDADE E CIRURGIAS

Este início resultou em difíceis sessenta e nove dias de UTI neonatal.

Tive um ótimo acompanhamento na gestação: a minha obstetra conseguiu prever o possível parto prematuro e receitou doses e doses de corticóide, e graças a isso, meu pequeno guerreiro nasceu com um pulmão de touro, mas esse problema do esôfago, aliado à prematuridade, prolongou nossos dias no hospital, tendo que realizar um trabalho árduo para ele ser uma criança normal.

Foram várias sessões de fisioterapia e de fonoaudiologia pra que aprendesse a sugar e deglutir, já que na barriga não fez esse exercício por conta da atresia, e tudo estava indo muito bem, até o momento que tiraram a sonda nasogástrica e ele começou a ser alimentado pela boca.

Mais um medo e mais dúvidas vieram, pois a partir deste momento ele passou a ter muitos e muitos vômitos, chegando ao ponto de afogar com o leite, então, diagnosticaram refluxo, mas sabe aquele anjo que falei ali acima, preparado por Deus?! Ele entrou em cena mais uma vez e diagnosticou uma estenose esofágica, um estreitamento no esôfago que dificultou no ganho de peso, e na introdução alimentar, no caso dele, essa estenose foi causada por uma cartilagem da traquéia que estava apertando o esôfago.

Essa cartilagem foi para o lugar errado na hora da formação, mas quando diagnosticou, a médica preferiu operá-lo depois do sexto mês, pois esse quadro poderia reverter sozinho, mas isso não aconteceu.

Infelizmente meu filho não pode comer como a maioria das crianças: até os dois anos sua alimentação sempre foi bem pastosa, todas as vezes que tentei mudar a consistência era sem sucesso, porém, nem isso, nem a prematuridade, fez dele uma criança diferente, pelo contrário, ele sempre desenvolveu-se bem, e conseguiu acompanhar rapidamente as crianças da idade dele que nasceram a termo (aos nove meses).

Enfim, chegou o momento que mais temíamos: apesar dele ter passado por duas  cirurgias – a primeira do esôfago e a segunda para retirada de 1 rim sem função -, essa terceira, para retirada da estenose, nos assustava demais e o medo era grande. Não era medo de perder meu filho, pois isso eu já sabia que não aconteceria, mas o medo do que a cirurgia nos reservava. Havia três alternativas, mas só saberíamos qual caminho seguir depois que abrissem meu pequeno e isso causou bastante angustia.

Meu Deus, vocês não têm ideia a aflição que passei! Meu filho internou dois dias antes de operar, soubemos em cima da hora, mas já sabíamos que podia ser a qualquer momento, e me ligaram num dia para internar no outro.

Depois da UTI esse foi o momento mais difícil e doloroso que passei como mãe, mas não poderia ser diferente e graças a Deus deu tudo certo. O choro virou alegria, mais uma batalha vencida, mais um gigante derrubado e morto, mais um fantasma que foi embora e não volta mais.

Livia Pacheco Filipe sozinhoRECUPERAÇÃO E VIDA

Gradativamente meu pequeno guerreiro pode comer como ele sempre quis, e digo gradativamente por causa dos pontos do esôfago e pela aceitação dele que não foi tão simples assim.

Superamos tudo com louvor, hoje ele come tudo o que quer e que gosta. É uma criança saudável, com o paladar saudável, extremante inteligente, esperto, desenvolve-se perfeitamente.

A minha tão sonhada maternidade não foi uma mar de rosas, tivemos dias tão difíceis, de choros, mas sem dúvidas de muita alegria também, meu filho é minha razão de viver, ele supera todas as dificuldades em seu caminho, superou a prematuridade, se igualou às crianças da idade dele antes mesmo de completar um ano, e a expectativa era após os dois anos. Superou as três cirurgias, e vai superar tudo o que vier!

Livia Pacheco familiaLivia Pacheco aniversário Filipe

Estaremos sempre com ele nessa caminhada, ele foi escolhido a dedo, Deus nos deu essa criança preciosa para cuidar e amar por toda vida e assim tem sido.

Aqui é só um resumo do resumo do que passamos, não expus meus sentimentos, pois prolongaria mais ainda o texto, mas quem é mãe e pai pode imaginar o que passamos, muitas vezes não tínhamos forças para estar em pé, mas o Deus que nos deu a vida nos sustentou e esse mesmo Deus deu a vida ao meu filho que é só motivos de alegria.

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