Gravidez e o vírus Zika

Aumenta a preocupação com o mosquito aedes aegypti no verão

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Combinação perfeita para enlouquecer qualquer tentante ou gestante: verão e o mosquito Aedes aegypti. Mas, qual a relação entre gravidez e o vírus Zika?

Desde que fora descoberta a relação do vírus do zika com os bebês com microcefalia, as grávidas – e aquelas que pretendem engravidar – não tiveram mais sossego! E a chegada do verão aumenta ainda mais esta preocupação. Mas, você sabe porquê?

Se está grávida ou tentando, este post é para VOCÊ! Mas, como o assunto ainda é novo na medicina e nem tudo tem explicação definitiva, baseei-me em informações de sites do governo como fonte de informação, e em caso de suspeita, consulta um médico.

O mosquito e o verão

O mosquito Aedes aegypti pode transmitir dengue, chikungunya e o vírus zika, e devido às condições climáticas, o ambiente fica mais propício no verão – chegada das chuvas e temperaturas elevadas – para que o ciclo dos ovos chegue à eclosão (uma média de 10 dias).

Mas, a preocupação deve estender-se o ano todo: em função das mudanças climáticas que acontecem no mundo, a proliferação do mosquito pode ocorrer em outras estações.

Para conhecer mais sobre o mosquito, seus hábitos, ciclo de vida, CLIQUE AQUI e leia 26 perguntas e respostas sobre o Aedes aegypti.

Como a tendência de proliferação é maior no verão, os cuidados com aquelas que pretendem engravidar ou já estão grávidas, devem ser redobrados, pois as consequências podem ser ainda piores para estas mulheres e seus bebês.

Porque os cuidados com as gestantes precisam ser redobrados?

Durante a gestação a mulher tem sua imunidade naturalmente reduzida, o que faz com que suas defesas fiquem mais fracas, podendo ter sintomas mais graves neste período.

Se a dengue já pode causar hemorragia, convulsões, falência hepática e até a morte, nas gestantes isto pode ser acentuado, levando até ao parto prematuro e anomalias fetais.

Segundo informações de médicos entrevistados pela FIOCRUZ, “alguns relatos recentes evidenciaram que se a mulher estiver infectada com o vírus da dengue perto do período do nascimento do bebê, a criança poderá nascer infectada ou adquirir a doença no momento do parto, mas, na maioria dos casos, é pouco frequente”.

Afirmaram ainda que pode ocorrer ameaça de abortamento nos três primeiros meses de gestação, e nas formas mais graves da doença, a partir do sétimo mês, pode existir ameaça de desenvolver fatores de risco para a prematuridade, como a hipertensão gestacional, pressão baixa e descolamento prematuro de placenta.

Sintomas e tratamentos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Normalmente, iniciam com febre alta repentina, dores de cabeça, torno dos olhos, muscular e nas articulações. Entre outros sintomas estão tremores, diarreia, enjoo, perda de apetite, mudanças no paladar, sensibilidade ao toque, vômitos e em alguns casos placas vermelhas na pele. Os sintomas costumam aparecer 3 dias depois da picada.

Notem que estes sintomas são muito parecidos com os de outras infecções virais ou com a gripe, então, somente com avaliação médica e exame de sangue específico podem confirmar a presença dos vírus.

Como na gestação a tendência é que estes sintomas sejam acentuados, a procura por orientação médica deve ser imediata (assim que aparecerem os primeiros sintomas), e o tratamento iniciado mesmo sem a confirmação do diagnóstico por exame de sangue,  especialmente em locais que têm muitas pessoas infectadas.

O tratamento consiste em amenizar os sintomas, com a reidratação oral ou intravenosa (administração de soro pela veia), repouso e manutenção da atividade sanguínea – o que pode exigir internação hospitalar. As doenças duram até dez dias, mas a recuperação total pode levar entre duas e quatro semanas (há registro de pessoas que ficam bem em dias, outras após meses e algumas permanecem debilitadas por anos em caso de contaminação pelo vírus chikungunya).

Gravidez e o vírus Zika – casos de microcefalia

Além de aborto e morte do bebê ainda no útero, o vírus Zika também pode causar  alterações no sistema nervoso, microcefalia, diminuição do crescimento e sofrimento fetal, mas a relação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia, no entanto, é a mais preocupante!

Trata-se de uma doença nova e suas complicações ainda não são totalmente conhecidas. Sabe-se, no entanto, segundo dados do Ministério da Saúde, que entre as pessoas infectadas pelo vírus Zika, cerca de 80% não desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianças. Dentre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos médicos.

Mas, o que é a microcefalia?

“Microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação”, segundo o Ministério da Saúde.

A Organização Mundial da Saúde padroniza as definições segundo os seguintes pontos de corte:

  • Microcefalia: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo;
  • Microcefalia grave: recém-nascidos com um perímetro cefálico inferior a 3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.

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O que pode acontecer com a gestante contaminada?

Quando a mulher pega Zika durante a gravidez, o vírus atravessa a barreira placentária, circula no sangue do bebê e consegue fazer com que o cérebro do bebê não se desenvolva, ficando num tamanho menor que 33 cm, característica da microcefalia.

As únicas formas de saber se o bebê tem microcefalia são através do ultrassom onde pode ser observado um menor perímetro encefálico e através da medição do tamanho da cabeça assim que o bebê nascer.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia em amostras de sangue e tecidos de bebês que nasceram com microcefalia e outras malformações, identificando a presença do vírus Zika.

Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também já confirmaram a relação.

As investigações sobre o tema, entretanto, continuam em andamento para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante.

Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez, pois os relatos até o momento de gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia, é que tiveram sintomas do vírus no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.

Estudo publicado pelo “The New England Jounal of Medicine”, conforme informações obtidas no site do G1, concluiu que infecções tardias pelo vírus da zika em grávidas – no terceiro trimestre da gestação – trazem menos risco aos bebês.

Os pesquisadores dizem não ter encontrado defeitos congênitos evidentes em 616 bebês de mães que apresentaram os sintomas causados pelo vírus da zika. Todas as gestantes estavam no terceiro trimestre da gravidez, mas os dados publicados ainda são preliminares, e também sugerem que o vírus é mais perigoso para o feto no início da gravidez.

Recentemente, pesquisadores também confirmaram que os fetos infectados desenvolvem uma série de problemas em várias regiões do corpo, como o cérebro e os olhos, causando deficiências auditivas, visuais e nos membros.

Segundo informações do Ministério da Saúde de Maio deste ano, 4.222 casos suspeitos de microcefalia estavam sob investigação no Brasil para averiguar a relação com vírus Zika, lembrando que ela pode ter relação com outros agentes infecciosos, como Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes Viral etc.

Como precaver-se

Algumas formas de contágio já são conhecidas, conforme imagem abaixo obtida no site Tua Saúde, então, algumas medidas que são fundamentais e podem ajudar a evitar a contaminação (LEIA MAIS em Aedes aegypti – 26 perguntas e respostas):

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  • Adotar medidas que eliminem a presença de mosquitos transmissores de doenças e seus criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);
  • Proteção contra mosquitos, com portas e janelas fechadas ou com telas;
  • Uso de calça e camisa de manga comprida e com cores claras;
  • Denúncia de locais com focos do mosquito à prefeitura;
  • Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos);
  • Uso de repelentes indicados para gestantes;
  • Evitar viagens para áreas que sejam suspeitas de risco de contaminação ou com alta transmissão do vírus;
  • Praticar sexo seguro, pois há evidências de que o vírus pode ser sexualmente transmissível, sendo que em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o guia interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika.

Espero que as informações tenham sido de grande ajuda nas suas dúvidas e leia mais em: Dengue na gravidez, Como a Zika pode afetar a gravidez e Mitos e verdades.

Crédito da imagem em destaque: Desfavor.com.

Se ainda tiver dúvidas, ACESSE AQUI ou deixe seu comentário com dúvidas ou sugestões no formulário abaixo.

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