Aedes aegypti – 26 perguntas e respostas

Dengue, zika e chikungunya

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A chegada do verão vem sendo marcada pela preocupação com o mosquito Aedes aegypti e as doenças dengue, chikungunya e zika, transmitidas por ele.

Para ajudar a eliminar possíveis locais de desenvolvimento das larvas do mosquito e tentar proteger minha família que, graças a Deus esteve imune até hoje, FIZ UMA VASTA PESQUISA E VIM COMPARTILHAR com vocês tudo que descobri.

São 26 perguntas e respostas para tirar todas as suas dúvidas, mas como o assunto ainda é novo na medicina e nem tudo tem explicação definitiva, baseei-me em informações de sites públicos e do governo como fonte de informação, e em caso de suspeita, consulta um médico.

E se você está grávida, CLIQUE AQUI e entenda quais problemas pode ter se for picada pelo mosquito e a relação entre o vírus Zika e a microcefalia.

1 Dengue, zika e chikungunya, quais sintomas estas doenças têm em comum?
São doenças transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti. Apresentam sintomas clinicamente parecidos, como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e exantema (rash cutâneo ou manchas vermelhas pelo corpo), segundo informações do Portal Brasil.

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2 Como reconhecer o mosquito?
O Aedes é parecido com o pernilongo comum. Ele pode ser identificado por algumas características: corpo escuro e rajado de branco.
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3 Quais os sintomas que diferenciam as três doenças?
Há alguns sintomas marcantes que diferem as enfermidades, mas em geral, a intensidade com que manifestam-se é que as diferencia.

A dengue tem como maior sintoma a febre alta e repentina, que geralmente dura de 2 a 7 dias. Também há intensas dores de cabeça, atrás dos olhos e no músculo. É comum que haja perda de peso, náusea e vômitos.
Já a chikungunya tem como característica marcante a dor intensa nas articulações dos pés, das mãos, dos dedos, dos tornozelos e dos pulsos. Também há febre alta, com duração de dois a três dias, e, em 30% dos casos, conjuntivite. Os sintomas aparecem entre dois e doze dias após a picada do mosquito.
O vírus Zika tem como principal sintoma o aparecimento no corpo de manchas avermelhadas, que coçam bastante. Também pode haver dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, coceira e vermelhidão nos olhos. Os sintomas tendem a desaparecer no período entre três e sete dias.
Veja esta imagem da FIOCRUZ com as principais diferenças entre os vírus.

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4 Qual é o tempo de cura para estas doenças?
Dengue: a febre costuma durar de três a oito dias e pode causar pequenas bolhas vermelhas em algumas regiões do corpo, como pés, pernas e axilas. Na maioria das vezes, o doente demora uma semana para ficar bom. Porém, o cansaço e a falta de apetite podem demorar até quinze dias para sumir. A recuperação costuma ser total.

Febre chikungunya: não há tempo determinado para a melhora das dores nas articulações. Há registro de pessoas que ficam bem em dias, outras após meses e algumas permanecem debilitadas por anos. A recuperação depende da forma como o organismo reage.
Zika: A evolução geralmente é benigna e a cura leva de 3 a 7 dias para ocorrer.

5 O que o vírus Zika tem a ver com a microcefalia?
A microcefalia é uma anomalia congênita, que se manifesta antes do nascimento e pode ser resultado de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos também confirmam a relação.
Para saber mais sobre relação da doença com gestantes e microcefalia, CLIQUE AQUI!

6 Onde é mais comum encontrar o mosquito Aedes aegypti?
Sua presença é mais comum em áreas urbanas (já que é um mosquito que vive perto do homem) e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, onde o mosquito encontra alvos para alimentação mais facilmente, dando às fêmeas mais oportunidades de alimentação e mais criadouros para desovar.

Outro fator importante é a falta de infraestrutura de algumas localidades. Sem fornecimento regular de água, os moradores precisam armazenar o suprimento em grandes recipientes, que na maioria das vezes não recebem os cuidados necessários e, por não serem completamente vedados, acabam tornando-se focos do mosquito.

7 Como o mosquito se comporta?
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, vive dentro de casa e perto do homem. Tem hábitos diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer (mas, pode picar em outros horários).

Somente a fêmea pica (suga sangue para produzir ovos) e se estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical, e pode ainda transmitir o vírus da dengue neste processo.
Ela não nasce com os vírus, mas se contamina ao picar pessoas infectadas e, a partir daí, infectar outras que estejam saudáveis. Em áreas endêmicas para as três doenças, um único exemplar do mosquito pode estar contaminado com as três.

8 Quais são os principais criadouros do mosquito?
Segundo informações da FIOCRUZ, pesquisas realizadas em campo indicam que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito utilizados para armazenagem de água para uso doméstico em locais dotados de infraestrutura urbana precária), são os criadouros que mais produzem o Aedes aegypti e, portanto, os mais perigosos.

Mas, a população também precisa cuidar de pequenos reservatórios, como vasos de plantas e plantas que acumulam água, como as bromélias, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros.
Há quem diga que ele também se reproduz em água suja, mas um estudo da FIOCRUZ afirma que não, dizendo que o mosquito não modificou seus hábitos. Continua tendo hábitos diurnos, preferindo o calor (temperaturas entre 24º C e 28º C), alimentando-se de sangue humano e sua reprodução continua acontecendo em água limpa e parada.
De qualquer forma, evitar que água limpa ou suja fique parada pode ser um grande aliado.

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9 Como evitar a infestação?
Medidas constantes e permanentes durante todo o ano, para o controle do vetor, a partir de ações preventivas de eliminação de focos evitam a infestação. Como o mosquito tem hábitos domésticos (vive perto do homem), essa ação depende sobretudo do empenho da população.
10 Qual o ciclo de vida do mosquito?
O ciclo de vida compreende quatro fases – ovo, larva, pupa e adulto – e se completa em apenas 10 dias.

Acasalamento: segundo informações da FIOCRUZ, o acasalamento do Aedes aegypti se dá dentro ou ao redor das habitações, geralmente nos primeiros dias depois que o mosquito chega à fase adulta. É preciso somente uma cópula para a reprodução ser concretizada, pois a fêmea guarda o esperma na espermateca.
Após a cópula, as fêmeas precisam realizar a hematofogia (alimentação com sangue – quando a fêmea pica o homem) importante alimento para o desenvolvimento completo dos ovos e sua maturação nos ovários. Normalmente as fêmeas do Aedes aegypti encontram-se aptas para a postura de ovos três dias após a ingestão de sangue, passando então a procurar local para desovar.
Desova: a desova acontece, preferencialmente, em criadouros com água limpa e parada (MAS, PODE ACONTECER EM ÁGUA SUJA). Os ovos são depositados nas paredes do criadouro, bem próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Daí a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo pode permanecer grudado.
Ovos: uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida e os distribuí por diversos criadouros para garantir a dispersão e preservação da espécie. Inicialmente, os ovos possuem cor branca e, com o passar do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio.
Os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas 15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de dessecação, sendo esta resistência uma grande vantagem para o mosquito: permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão (em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião do mosquito é concluído em 48 horas).
A resistência à dessecação permite também que os ovos sejam transportados a grandes distâncias, em recipientes secos. Esse aspecto importante do ciclo de vida do mosquito demonstra a necessidade do combate continuado aos criadouros, em todas as estações do ano.

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11 Secar os locais elimina os ovos?
Não. O ovo pode manter-se vivo por mais de um ano sem água, por isso é preciso limpar o local e remover toda e qualquer sujeira. Vale lembrar que o ovo do Aedes aegypti mede cerca de 0,4 mm, o que não permite a olho nu identificá-lo como um ovo.
12 É indicado o uso de larvicidas e inseticidas no combate ao mosquito?
Não. Somente agentes de saúde dos Municípios podem indicar e empregar o uso destas substâncias.

De toda forma, segundo informações do Portal do Município de Santos/SP, qualquer inseticida mata o mosquito Aedes aegypti, porém a aplicação de inseticidas atua somente sobre a forma adulta do mosquito, surtindo efeito momentâneo com poder residual de pouca duração.

13 A doença é contagiosa (uma pessoa infectada pode passar a doença para outra)?
Apenas o mosquito infectado poderá transmitir a doença ao homem através da picada, mas há registros de transmissão vertical (gestante – bebê) e por transfusão de sangue, no caso da dengue.  Existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

Também há evidências de que o vírus Zika pode ser sexualmente transmissível, sendo que em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o guia interino de prevenção da transmissão sexual do vírus Zika. A OMS recomenda, dentre outras medidas, a prática de sexo seguro, principalmente, por mulheres gestantes que vivem em áreas de alta transmissão do vírus.

14 Usar calça comprida, meias e roupas claras protege do mosquito?
Como o mosquito tem rejeição à claridade (e não voa acima de 1,5m), usar calça comprida e meias de cores claras pode evitar ser picado, o que não é uma garantia, pois ele pode picar mesmo por cima de determinados tecidos.
15 O mosquito consegue atingir locais altos?
Mesmo não voando acima de 1,5m, não é porque você mora em andares altos de prédios que esteja livre do mosquito. É mais incomum, porém, já foram encontrados focos do mosquito em locais altos, pois podem ser levados até dentro de elevadores.

Em relação ao deslocamento do mosquito em áreas planas, já se sabe que ele pode voar até um quilômetro distante dos locais onde estão os seus ovos.

16 Usar repelente ou outros produtos com cheiro na pele pode previnir a picada?
Sim! Eles modificam o cheiro da nossa pele, então, confundem a fêmea e a mantém afastada. O mesmo acontece com o uso de perfumes e outros cremes. Mas, atenção: a utilização em excesso de tais produtos pode causar reações alérgicas. Não se deve passar no rosto de crianças e nem nas mãos de bebês, que podem levá-las à boca, conforme informações da FIOCRUZ.

Assim, os repelentes possuem ação limitada e não eliminam o mosquito, apenas o mantém distante, e não precisamos, necessariamente, utilizar repelentes de marcas específicas. Devemos observar o tempo de proteção e de quanto em quanto tempo podemos reaplicar.

17 Usar ar condicionado, ventiladores ou velas de andiroba/citronela repele o mosquito?
A queda de temperatura e da umidade em um ambiente com ar-condicionado inibem a ação dos mosquitos e o ventilador os espanta, assim como a vela. Entretanto, nos dois casos, só se evita o contato com os mosquitos. Eles não morrem! E se for um ambiente muito grande, precisa de muitas velas, ventiladores e ar condicionados.
18 Comer inhame, alho ou ingerir complexo B previne a dengue?
O que atrai a fêmea do mosquito para o corpo humano é o cheiro. Por isso, qualquer produto que ingerimos, quando eliminado do organismo, confunde a fêmea, já que modifica nosso cheiro.

Mas, cuidado! Essas substâncias precisam ser consumidas em grandes quantidades para que a eliminação chegue a confundir o mosquito, e todo exagero pode fazer mal ao organismo, como o excesso de complexo B pode causar toxidez.

19 Podemos ser contaminados e não desenvolver os sintomas das doenças?
Sim. Algumas pessoas contaminadas com o vírus não manifestam a dengue. Alguns estudos apontam que 40 a 50% das pessoas picadas não apresentam sinais ou desenvolvem os sintomas.
20 Porque o verão é mais preocupante quando falamos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti?
Devido às condições climáticas. Com a chegada das chuvas e temperaturas elevadas, o ambiente fica mais propício para que o ciclo dos ovos chegue à eclosão (uma média de 10 dias), mas, em função das mudanças climáticas que acontecem no mundo todo, a proliferação do mosquito pode ocorrer o ano todo em outras estações.
21 O que fazer em caso de suspeita de dengue?
Procure um médico imediatamente, tome bastante líquido, repouse e evite o uso de anti-inflamatórios (ácido acetilsalicílico, por exemplo, pode causar hemorragia, já que afina o sangue).

Dependendo da gravidade da doença, ao paciente pode ser indicada a hidratação intravenosa. Em outros casos, quando a doença se manifesta de forma mais fraca, basta que o paciente se hidrate oralmente, o que ele pode fazer ingerindo soro caseiro, água, sucos e chás. Mas, somente o médico pode diagnosticar qual tipo de hidratação deve ser aplicada.

22 Colocar borra de café no pratinho ou dentro de determinadas plantas evita que o mosquito se prolifere?
Segundo estudo da FIOCRUZ uma pesquisa da bióloga Alessandra Laranja, da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), observou que a presença da borra de café – pó que resta depois do café ser coado – em pratinhos de plantas, “copos” do interior de bromélias ou mesmo sobre a terra dos vasos impede que estes recipientes virem criadouros do mosquito. Segundo a bióloga, a borra impede que o mosquito chegue à sua fase adulta pois intoxica a larva, que morre.

Entretanto, a real eficácia da utilização da borra de café é contestada por vários pesquisadores.

23 Colocar água sanitária na água elimina larvas?
Sim. Água sanitária é capaz de matar as larvas. O problema é a quantidade necessária dessa substância. Autoridades da área da saúde aconselham uma colher de chá de água sanitária para cada litro de água. A solução serve também para regar plantas. Mas, é bom lembrar que esta dosagem não garante a morte de todas as larvas. E, além disso, é sempre bom recordar o cuidado no uso da água sanitária, que deve ficar longe das crianças e da água para consumo.

E como o ciclo do mosquito é de 10 dias, tal aplicação e limpeza devem ser constantes e pelo menos 1 vez por semana.

24 Quem já teve dengue uma vez pode ser contaminado novamente, ou fica imune?
Estudos indicam que uma pessoa doente de dengue fica imune para sempre, com relação ao sorotipo que determinou a infecção. Além disso, por alguns meses, ela fica protegida para qualquer dos sorotipos de dengue. Passado este tempo, se ela se contaminar por outro tipo de vírus, diferente daquele que se contaminou antes, poderá ter comprometimento do quadro clínico e desencadear a dengue hemorrágica, segundo informações do Portal de Santos/SP.
25 Dengue hemorrágica só ocorre em pessoas que tem a doença pela segunda vez?
Não. A dengue hemorrágica pode ocorrer em quem nunca teve sintomas da dengue antes. Muitas pessoas também acham que quem tem a doença pela segunda vez obrigatoriamente vai apresentar o tipo hemorrágico. Isto também não é verdade: apesar do risco ser maior que da primeira vez, grande parte das pessoas não apresentam o tipo hemorrágico na segunda ou terceira vez. Além disso, muitas vezes as pessoas já contraíram a dengue e não sabem, porque não apresentaram sintomas.
26 Quais exames podem detectar a contaminação?
Há três exames que podem ser utilizados para identificar a dengue: a prova do laço, a contagem das plaquetas e a contagem dos glóbulos vermelhos. A prova do laço é um exame de consultório. Com uma borrachinha, o médico prende a circulação do braço do paciente e vê se há pontos vermelhos sob a pele, que indicariam uma eventual hemorragia. Os outros testes são feitos por meio de uma amostra de sangue em laboratório.

Espero que este manual tenha tirado suas dúvidas! Mas, se você ainda precisa de mais informações, deixe seu comentário aqui embaixo que pesquisarei para responder!

Para as gravidinhas, ACESSEM AQUI e tirem suas dúvidas, e para mais informações, acesse o portal de prevenção e combate à dengue e o post da Sabrina Donati “Um mesmo mosquito e três doenças“.

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