Transtorno opositor desafiador (TOD) – relato materno

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Genteee!!! Sei que vocês sentiram falta do “Mãe do Mês” e agora ele volta com uma nova “roupagem” e histórias muito especiais de mulheres envolvendo suas maternidades. E para esta nova fase, temos uma história que vai ajudar muitas mães: Transtorno Opositor Desafiador (TOD), relato de uma mãe por Rafaella Veroni, que nos conta um pouco sobre sua maternidade e a recente descoberta do TOD em seu filho mais velho, o Bernardo.

PRECISAMOS CONHECER PARA NÃO JULGAR! O PRECONCEITO VEM DA FALTA DE CONHECIMENTO! 🙂

Rafa, sua linda, a palavra é sua e muito obrigada por compartilhar sua história e nos ensinar sobre um assunto ainda pouco conhecido. Que Deus abençoe você e sua linda família. Fico muito feliz com a minha pequena contribuição nisto tudo!

#1 Um pouco sobre a Rafaella Veroni

Meu nome é Rafaella Veroni, tenho 26 anos, sou casada com o Douglas e tenho dois filhos, o Bernardo de 5 anos e o Théo de 1 ano. Moro em Belo Horizonte, mas fui nascida e criada em São Paulo.

Conheci o Douglas em 2007 e nos reencontramos em 2010. Em 2011 eu estava grávida e ai que tudo mudou. O Douglas morava em Belo Horizonte, eu em São Paulo.

A minha gestação toda foi longe dele e me mudei pra cá quando o Be já tinha 10 meses (e nesses 10 meses, nos encontrávamos de 15 em 15 dias).

Passamos por alguns perrengues nesta Cidade, já que toda a nossa família mora em São Paulo, mas ao longo dos anos tudo foi se ajustando.

Em 2015, engravidei do Theo.

Em Fevereiro de 2016, nosso Theo nasceu, lindo, mas não muito saudável. Ficou 12 dias no CTI com “pneumotórax”, foi entubado, ficou com dreno e depois de 15 dias foi pra casa. Depois de alguns dias que o Theo chegou em casa, percebemos que algo estava diferente com o Bernardo.

Claro que o ciúmes do irmão influenciava muito nas atitudes dele, mas aquilo tudo não estava normal!

#2 A descoberto do Transtorno Opositor Desafiador

No dia 01/04/2016 a Edi (autora deste Blog) compartilhou um texto comigo, depois de algumas conversas sobre nossos pequenos, que muito me fez pensar e pedir ajuda.

Acompanhe trechos das nossas conversas e o que fomos fazendo com o Bernardo:

“Dentro de casa, parecia que vivíamos em uma panela de pressão, que a qualquer momento poderia explodir. O Bernardo não atendia a nenhum pedido, o Bernardo nos agredia sempre que discordássemos dele, o Bernardo chamava a nossa atenção a todo custo (muito disso também se deu por conta da chegada do irmão), o Bernardo não aceitava “NÃO”. Estávamos pirando e preocupados com ele, pois ele também estava sofrendo.”

 

Passamos em neuro, psiquiatra, psicóloga, psicopedagoga e tivemos o primeiro diagnostico confirmado: Bernardo era portador do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).  Eu e meu marido sempre tivemos a cabeça muito aberta pra esse tipo de assunto, inclusive sobre medicação, desde que fizesse bem para nosso filho.

“A neuro nos receitou a famosa RITALINA. Nunca fui contra ela e nem vou ser. Se for pra ajudar o meu filho, OK. Demoramos dois meses pra decidir entre dar ou não o medicamento pra ele e entramos num acordo: se estivéssemos vendo efeito e resultado pro BEM dele, continuaríamos dando. Se não tivesse dando resultado, suspenderia. Ele tomou por 4 meses, nada mudou então tiramos.”

 

Passado um tempo, percebemos que ele estava sofrendo e ele não tinha somente o TDAH, e como falei, em Abril de 2016 a Edi compartilhou um texto comigo sobre TRANSTORNO OPOSITOR DESAFIADOR, que muito se enquadravam nas atitudes do meu filho, mas não foi este o diagnóstico da psiquiatra.

Em um consulta que tivemos mais ou menos em Setembro de 2016, conversei com a psiquiatra sobre a possibilidade dele ter esse transtorno. Ela disse que podia ser como podia não ser, pois em conversas comigo e com o meu marido, eu via “maldade” nas atitudes do Bernardo e relatava a ela. Já meu marido, talvez tentando tampar o sol com a peneira, dizia que não via essa “maldade” e sim uma “falta de controle sobre ele”.

Assim, para a psiquiatra ele podia ter BIPOLARIDADE ou TOD, e resolveu entrar com outro medicamento.

 

“Entramos com 0,5ml de RISPERIDON todos os dias a noite. E essa medicação foi um divisor de água na vida do Bernardo.
Diferente do que todos pensam, essas medicações não são calmantes, não aquietam criança nenhuma e eles continuam com a mesma vida e energia que eles têm. PONTO. Ninguém medica menino pra ele ficar sentado assistindo tv, até mesmo porque isso não acontece.
Com a medicação, o Bernardo melhorou 80%. Ele consegue controlar um pouco mais os seus acessos de raiva, para pra pensar antes de responder e aceita alguns nãos. Porém, mesmo assim, ele tem os 20% que ele explode, que ele fica sem controle.”

Hoje o Bernardo faz terapia comportamental, vai começar atendimento com a psicopedagoga, pois ele está com uma lacuna muito grande na alfabetização, faz judô, natação, futsal e tem uma mãe e um pai que além do AMOR que sente por ele, tem muita fé e sabe que isso vai passar e que ele vai ser ainda mais incrível do que ele já é.

Como pais, acreditamos nele e sabemos que temos um longo caminho a percorrer, mas que lá na frente vamos ver como fez diferença na vida dele!

Beijos,

Rafaella Veroniça

 

Observação! Este texto foi escrito por uma mãe que relata sua história com um diagnóstico médico dado ao seu filho. O texto pode te servir de alerta, exemplo, conhecimento, mas diagnóstico, só o médico da sua confiança!

6 COMENTÁRIOS

  1. TDA e TOD são os diagnósticos do meu Gabriel hoje com 9 anos, percebi o TOD quando ele tinha 3 anos. Meu Gabriel usa a Ritalina e a quetiapina. Somente este ano, depois de 7 escolas, é que uma escola o acolheu e nos mostrou que a ira maior dele não era só pelo TOD, mas pq eu ainda não tinha aprendido a lutar pelos direitos dele.

    O TOD nos tira dos eixos e hoje com ele na escola, onde ele ama buscar por conhecimento, eu me sinto mais centrada pra por dentro do meu coração que ele não age assim pra me provocar, mas sim pra me fazer enxergar que ele precisava de ajuda.

    Ele faz KUMOM de portugues e é o melhor aluno da escola, ainda com uma resalva de usar um pouco do TOD quando não quer fazer mais do que foi estipulado por dia.
    Hoje não se recusa a fazer as provas na escola, porque agora ele se sente acolhido e bem orientado quando se sente frustrado aonde ele ainda não domina.

    Lutei muito contra a medicação, mas como foi dito acima e meu marido frisa muito, ela dá as nossas crianças o direito de interagir com outras pessoas, e ser um pouco mais feliz.

    Grata pelo espaço e por ter lá trás orientado a mãe do Bernardo.

    • Que lindo depoimento, Daniela! Eu quem agradeço de coração por compartilhar sua história conosco. Entendo totalmente suas dificuldades e sua luta.Seu filho tem muita sorte de tê-la como mãe, viu?! Beijo grande.

  2. Gostei muito dos relatos, a minha história é muito parecida com ambas acima. Meu pequeno não está bem desde q começou com a Ritalina estou conversando com a psiquiatra para tirar. Ele está depressivo e totalmente sem apetite. A risperidona ajuda muitíssimo, mas apareceu um hormonio (prolactina) alto de mais nos exames. Obrigada por compartilharem, pois dizem maravilhas da RITALINA, mas por aqui não deu certo.

  3. Olá,

    Meu pequeno tbém é TDHA e tem TOD. Hoje ele tem 6 anos e diagnóstico de TDHA desde 2017 e TOD desde 2018. Em casa, as crises são raras, mas na escola são frequentes.
    Faz acompanhamento com Psicóloga e Neuro Pediatra, faz uso de Rispiridona e Ritalina.
    Quando as crises ocorrem na escola, confesso que perdo o chão, diante do sentimento de impotência.

  4. Olá tenho um filho de 7 anos diagnosticado com TOD E HIPERATIVIDADE, ele já apresenta historico de furtos na escola , e nao demonstra arrependimento. As brincadeiras dele sempre macucam os colegas isso esta gerando medo nos colegas e os pais querem a expulsão dele , a escola diz que está nos ajudando mas me passa a sensação de já ter taxado ele como a criança problema.
    Ele faz terapia desde o inicio do ano, e agora em junho vamos a consulta no neuro para a medicação, pois chegou no limite, vejo que ele sofre socialmente e sofro junto, o pai demorou pra aceitar a condição dele, e nos a aceitar a medicação. Vejo que meu filho não consegue diferenciar um simples esbarrão de uma provocação e sempre parte pra briga. Confesso que estou com medo do resultado da medicação , do efeitos colaterais, mas sei que é necessario. Minha preocupação com esses furtos e a falta de arrependimento é maior que o medo da medicação.

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