Ah, filho, se minhas lágrimas explicassem este sentimento de culpa

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Ah, filho, se minhas lágrimas explicassem este sentimento de culpa que a mamãe sente. Ou se minhas palavras fossem suficientes para te convencer…

Um dia você crescerá e entenderá as razões deste texto. Neste dia você terá crescido e saberá que, como eu, também não poderá explicar aos seus filhos coisas que só aprendemos vivendo.

Como eu gostaria de dizer para você que as pessoas, não todas, mas muitas delas, só farão por você o que você fizer por elas, e que, por isso, ser gentil é tão importante.

Gostaria tanto de contar para você que eu brigo, “pego no seu pé”, sou brava e por vezes te obrigo a fazer algumas coisas, porque não suporto a ideia de que você não seja uma pessoa do bem, honesta e educada.

Como explicar que sofrerá muito se sempre quiser que as coisas saiam do jeito que você quer?

Que espelho mágico eu gostaria de ter para mostrar-te nele e ver o quanto pode se arrepender de não ter aproveitado algumas oportunidades, mas que, mesmo sendo uma criança, eu não posso obrigá-lo a fazer.

Ou, como mostrar que as pessoas têm vontade própria e nem todas estão dispostas a te agradar? Até porque, precisamos agradar para sermos agradados.

No futuro, pode ser que você só tenha seus irmãos para contar nos momentos de aperto, mas se não for bacana com eles, pode despertar um sentimento ruim que os afaste, e o amor pode não ser suficiente para aproximá-los.

Não quero impedir que você caia, tropece, adoeça, pois fazem parte do seu crescimento, do seu amadurecimento, mas como eu gostaria de mostrar que lidar com as pessoas pode causar feridas mais profundas do que aquelas causadas nos joelhos por alguns tombos.

Filho, só aprendemos com as consequências dos nossos atos e dói saber que não posso evitá-las por você!

Mas, eu posso te falar que é ruim maltratar os irmãos e os amigos, que não é bacana falar determinadas palavras para as pessoas mais velhas, que eu, seu pai, seus parentes, ficamos chateados e nos entristecemos quando você grita, corre, não obedece, não come. Agora, não posso fazer você entender o quanto isso pode ser ruim e o quanto essas atitudes podem afastar as pessoas.

Eu só posso, com toda minha força, tentar te nortear com palavras e exemplos, e dar o melhor de mim para que você seja um HOMEM, não sexualmente falando, mas alguém que as pessoas confiem, respeitem, gostem, e queiram por perto.

E com todas as lágrimas que derramo ao escrever, eu posso dizer que nunca desistirei, não importa o que você faça, eu sempre acreditarei que você pode ser melhor, fazer melhor e ser melhor, não para os outros, mas para você mesmo, para que viva em sociedade, em paz e tranquilo com as suas atitudes.

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