O Aramis e nós

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Hoje fomos visitá-lo e resolvi escrever um pouco do Aramis e nós, um cachorrinho que ficou com a gente por nove anos, mas que há quase dois, mora com a Aline, uma prima querida que o abrigou com todo amor e carinho quando mais precisamos.

Foto José Carlos e Aramis

Esse cachorro da foto junto com meu filho mais velho, José Carlos, é o Aramis e ele tem 11 anos. Eu e meu marido o compramos antes de imaginar que seríamos pais, quem dirá imaginar que seriam três.

Aramis é um cachorrinho carente, super carinhoso, mas late muuuuito, nunca fez xixi e cocô no lugar certo e é bem traiçoeiro (mordeu algumas vezes por aqui).

Quando nos mudamos para a casa que moramos hoje, ficou complicado ficar com ele. A lavanderia e quintal, que já são bem pequenos, ficaram intransitáveis, e quando o deixava solto, comia os brinquedos dos meninos, avançava neles (sei que muita vezes foi por defesa) ou fugia pelo condomínio e pegá-lo dava um trabalhão.

Sei que boa parte dos problemas que tivemos com ele foram pela falta de adestramento quando pequeno, mas alguns erros antigos não são sanados nove anos depois, quando você já tem dois filhos, cachorro, casa, marido e trabalho para dar conta.

Foi, então, que descobri a terceira gestação e decidi que o Aramis não cabia mais aqui.

Confesso que já havia cogitado isso várias vezes, mas o amor e o apego por ele, o peso na consciência e até o medo das críticas, brecaram minhas ações, mas dessa vez era definitivo: os hormônios de uma gestação sem planejamento, associada aos latidos e as sujeiras que limpava diariamente, não deixaram dúvidas.

Ouvi de tudo das pessoas, inclusive que não tinha coração, mas “cada um sabe de si e de suas agonias”, como dizia Dona Benona, personagem de Ariano Suassuna em O Santo e a Porca, e eu bem conhecia as minhas agonias naquele momento.

Deus em sua infinita bondade fez com que o Aramis se encontrasse por acaso com a minha prima Aline, casada recentemente, sem filhos e que morava numa casa com um bom quintal. Ela se dispôs a cuidar dele e eu me dispus a bancar as despesas com banho, comida, veterinário e remédios sempre que precisasse.

Esporadicamente conseguimos visitá-lo, como fizemos hoje. Meu filho mais velho sempre fala dele e até pede para que volte a morar com a gente, mas eu sei que ele é amado e bem tratado onde está, e sei que ainda não tenho muito a oferecer a ele.

Toda vez que vou visitá-lo, saio triste, pois ele faz a maior festa quando nos vê e dá muita dó voltar sem ele (no começo era muito pior), mas se perguntarem se me arrependo, posso responder sem pestanejar: não! Eu precisava disso e Deus sabe o quanto…

Tenho fé de que ele estará sempre bem, mas também tenho fé de que se no futuro ele precisar, terei uma estrutura melhor para recebê-lo.

Prima Aline, sem palavras para agradecer o que fez por nós!

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