Mãe do mês por Vanessa Sibila Rosa

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Olá queridos leitores!

Final do mês é sempre muito legal pra mim, pois é chegada a hora de apresentar para vocês a “Mãe do Mês”, aquela que escolho para contar um pouco da sua vida, dar dicas e inspirar outras mães.

Histórias maternas em geral mexem muito comigo, mas casos em que há muita dificuldade para engravidar mexem mais ainda. E a história dessa mãe do mês eu pude acompanhar bem de perto e não é possível não me emocionar toda vez que falo dela.

Para o quadro Mãe do Mês procuro selecionar mães que de alguma forma eu tenho admiração e que tenham algo a acrescentar aos meus leitores, então, esse mês convidei uma mãe super especial: a Vanessa Sibila Rosa.

A Van é uma pessoa que entrou na minha vida de uma maneira meio torta, mas Deus, mais uma vez, mostrou que escreve certo por linhas tortas mesmo! Uma amiga querida, uma seguidora fiel, uma pessoa com muita garra que conseguiu realizar seu maior sonho enfrentando um quadro de trombofilia: ser mãe!

Leia, emocione-se e inspire-se! A fé realmente move montanhas!

Van, super obrigada por ter aceito o convite e separado um tempo dessa vida corrida de mãe de dois e gestante do terceiro para escrever pra gente.

Quem sou eu?

Meu nome é Vanessa Sibila Rosa, tenho 36 anos, sou portadora de trombofilia (explico abaixo em detalhes), mãe do Lucas (6), do Bruno (3) e do Vitor (no forninho para maio/15). Advogada, esposa do Constantino, filha, irmã do meio do Rodrigo e da Mariana, como atividades paralelas …. rs…

A Edilene me convidou para relatar um pouco da minha história e principalmente, alertar sobre um problema de saúde que quase roubou meu sonho de ser mãe e viver de forma plena a minha vida: a trombofilia.

Um pouco sobre meus hábitos, hobbies e paixões

Sou vaidosa, gosto de fazer a unha semanalmente, mas como nem sempre consigo, uso e abuso de unhas auto-adesivas quando tenho algum evento e não consigo horário com a minha manicure.

Maquiagem básica também não pode faltar. Ao menos uma base e um batom, sempre carrego na bolsa. Sou apaixonada pelos berloques/charms da Pandora, coleciono, e agora em especial estou investindo nos exclusivos da Disney, outra paixão.

Sim, outra paixão, onde a Disney se encaixa. Com crianças pequenas, então, ela só aumenta.

Sempre gostei de viajar, conhecer lugares novos dentro e fora do Brasil quando o “dindin” nos permite. Depois que meu filho mais velho nasceu, combinamos de focar em Disney para aproveitar a magia que o tema desperta, e mais que depressa vimos os olhinhos dele brilharem como os nossos. Fazemos nossas economias e ao menos uma vez ao ano vamos lá dar um abraço naquela turma. Este ano não iremos, poia a chegada do Vitor está prevista para Maio e as prioridades são totalmente outras.

Também adoramos um “findi” na praia. As crianças curtem demais, ficam parecendo bifinhos à milanesa e no fim do dia desmaiam de tanto que aproveitam.

Este ano viajamos em família, quando digo família é família mesmo: nós, meus sobrinhos, meus pais, meus tios e primos. Foi muito legal passar uma semana toda com eles na praia nas férias de Janeiro, voltamos todos renovados.

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Eu particularmente, ADORO festas. Fazê-las principalmente, para reunir as pessoas que amo. Os aniversários não passam em branco, nem o dos adultos. Bolinho sempre tem, nem que for para pedirmos pizza para acompanhar. Mas, celebrar a vida é nossa prioridade, sempre, com os nossos, dos que amamos e prestigiamos.

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A trombofilia na minha vida

Falando um pouco sobre a trombofilia na minha vida, começo dizendo que sempre tive uma vida corrida, desde a adolescência, fazia exercícios, comia direitinho, trabalho desde cedo para ter meu sustento. Não tinha nenhum problema de saúde, fazia “check up” anual e seguia minha vida.

Em 2005, com casamento marcado para Outubro, voltei a tomar por conta o anticoncepcional (AC) que já tinha tomada uns 6 meses antes, visando evitar surgimento de espinhas nas costas, pois meu vestido de noiva era tomara que caia. Passados uns 10 dias de voltar com o AC, passei a sentir dores insuportáveis no peito do meu pé esquerdo. Sempre de madrugada. Muuuito intensa. Fiz um exercício mental para saber se tinha torcido, batido, deixado algo cair e nada.

Após 3 dias neste martírio, como começou a coçar por baixo das unhas do meu pé, fui ao dermato. Diagnóstico: uso excessivo de bota com meia grossa (estava fazendo frio, era moda, etc.). Passou uma pomada e me dispensou. Na mesma noite, a dor!

No dia seguinte resolvi ir ao Pronto Socorro. Após relatar o caso, o plantonista mandou fazer um ultrassom com Doppler para verificar sistema arterial e venoso dos membros inferiores, pois não achava que era ortopédico. Bingo! Era vascular. Entupimento da artéria do pé esquerdo. Pânico! Não tinha vascular de plantão, então, ele me orientou a procurar um de confiança o quanto antes, ‘não julgou ser de extrema urgência’, mas me colocou medo.

Em consulta, o vascular que avaliou já mandou tomar anticoagulante injetável na barriga (Liquemine) e correr para a Beneficência Portuguesa, onde tinha (e tem) a melhor equipe vascular da atualidade: a do Dr. Bono.

Eles me disseram que se eu tivesse fé, para pedir a Deus para preservar meu pé, pois a coceira abaixo das unhas já era sinal de necrose pela falta de circulação. Lá me examinaram, mantiveram o Liquemine e mandaram repousar esquentando bem os pés que possivelmente as veias supririam a tal artéria que entupiu e não teria como desentupir. E Deus foi tão bom que isso aconteceu!

Me casei depois de 15 dias, adaptei o salto do sapato para quase uma rasteirinha e agradeci a Deus por ter tratado a tempo e da forma correta.

Pois bem, voltei da lua de mel e uns 5 dias após, calor de quase 30 graus, e eu morrendo de frio no pé direito.

Saí do escritório e corri para a Beneficência. Dei sorte que a equipe do Dr. Bono estava no plantão, fui examinada e internada por 3 dias. Fiz uma arteriografia (para identificar com contraste a altura em que a artéria tinha deixado de funcionar pelo entupimento). Tive alta com o diagnóstico de ter que tomar anticoagulante pelo resto da vida para manter meu sangue ralinho. Seria um AAS ou o Marevan (que de fato foi o mais eficaz) e acompanhar quinzenalmente com exame de sangue.

O acompanhamento com vascular para o resto da vida me colocou na vida um outro anjo da equipe do Dr. Bono: o Dr. Ivan Godoy, meu guru para todos os assuntos de saúde, em quem eu confio de olhos fechados, que cuida de mim e da minha família com um carinho e respeito raros de se achar nos dias de hoje.

Consequência da trombose: não poderia engravidar ou teria que assumir os riscos e estar muito ciente: aborto de repetição, outra trombose, embolia pulmonar e gravidez de altíssimo risco com alto custo (só é viável com uso de um anticoagulante especifico e extremamente caro).

Chorei, questionei Deus, me revoltei, porém, fiz todos os exames possíveis e imagináveis para descobrir de onde surgiu o problema: uso do AC! Não é por acaso que está na bula o risco de trombose! Descobri que tenho trombofilia, uma super atividade em um dos fatores de coagulação do sangue, e no meu caso, o fator VIII.

Assumimos o risco, eu e meu esposo, com o Dr. Ivan e com a ginecologista de alto risco por ele indicada: a Dra. Ana Lucia Sayeg, que me acompanha até hoje. Deus mais uma vez nos sustentou e honrou: engravidamos do Lucas 15 dias depois da alta, ciente dos riscos e com uso de Clexane 60mg até 45 dias depois do nascimento.

Depois engravidamos do Bruno, mesmo protocolo, exames, controles, injeções de 12 em 12 horas. Finalmente, nosso sonho se concretiza e em Maio chegará nosso Vitor, planejado, esperado e tão amado quanto seus irmãos.

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Com a doença, eu convivo. Descobri que muitas mulheres sofrem com o problema sem sequer desconfiar. Nem todo médico investiga a trombofilia. Por esta razão acho importante divulgar, encontrar quem passa pelo mesmo drama, trocar experiências.

Faço exercícios para melhorar a circulação, controlo muito de perto o peso e administro.

Olho para trás e choro de alegria por ter a oportunidade de investigar, confiar, sustentar o custo emocional e financeiro das gestações de alto risco, pelo impagável prazer em ser mãe destes 3 meninos lindos a quem Deus confiou o amor e cuidado para nós, Vanessa e Constantino (chorando neste momento …rs…)

E para aquelas que querem conhecer mais sobre o tema ou que se identificaram e querem fazer parte, tem um grupo no Facebook chamado Trombofilia e Gestação, administrado pela Thaisa Infurna e outras meninas que conhecem bem o assunto, sendo um grupo sério para troca de experiências.

Espero que minha história sirva de exemplo e motivação para outras mulheres que como eu sempre tiveram o sonho de ser mãe e ao se depararem com um problema, o encare, investigue, questione os médicos e busquem soluções para que o sonho se torne possível.

Vanessa Sibila

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