Há aproximadamente dois meses, meu filho do meio (três anos e seis meses na época) deixou de tomar leite na mamadeira e a essa altura, imagino que seja definitivo. Então, vim compartilhar com vocês como foi essa experiência que doeu no meu coração, mas considero necessária nessa idade: como tirar a mamadeira e trocar pelo copo sem traumas.
Preparando a criança para o momento da troca
Por receio de que meus filhos deixassem de tomar leite ao parar de tomá-lo na mamadeira, desde cedo incentivei o uso de copos, mostrando que o leite também pode ser tomado assim.
Vejam os modelos de copo que achei mais adequado para esse momento. Minha experiência com canudo, com menos de três anos, não foi legal, pois eles têm o habito de virar o copo como fazem com a mamadeira e acaba vazando. Com os copos destes modelos isso não acontecia. Os que têm bicos de silicone também são ótimos para esta fase;
Meu medo tem origem na minha experiência pessoal: tomei mamadeira até os sete anos e quando parei, deixei de tomar leite. Eu só tomo, e isso depois da adolescência, se misturar com muito achocolatado. Ou seja, se tirar o sabor e o cheiro do leite.
Passei a vida toda ouvindo da minha mãe que pararia de tomar leite se parasse a mamadeira, então, ela não fazia nenhum esforço para que isso acontecesse. E quando deixei a mamadeira (porque passei a maior vergonha numa viagem com a tiração de sarro por parte de outras crianças), ela dizia que tinha parado de tomar leite porque parei a mamadeira.
Por isso, com meu filho mais velho, hoje com sete anos, a partir dos dezoito meses eu já oferecia leite no copo durante o dia e deixava a mamadeira para a hora de dormir e hora de acordar. Até na escola, na hora do “mamá”, ele era o único que tomava no copo.
Com dois anos e meio, com muitos problemas respiratórios e otites, uma pediatra especializada em gastroenterologia sugeriu que a mamadeira poderia ser a causadora disso, pois, segundo ela, podia haver refluxo de leite para o ouvido, por exemplo.
Comprei, então, um copo novo e a transição foi super tranquila, já que ele estava acostumado, e não era uma criança que tomasse uma quantidade grande: 180 ml no máximo.
Já meu filho do meio tinha uma super relação de apego e amor com a mamadeira: por muitas vezes recusou o leite no copo, mesmo durante o dia, e ficava bravo quando dizia que já estava grande e precisava tomar leite no copo.
Ele se alimenta melhor que o mais velho, a quantidade de leite sempre foi maior e em torno de 240 ml cada mamadeira.
Com o nascimento da irmã (ele tinha apenas dois anos e quatro meses) as coisas ficaram mais difíceis, fiquei com dó, já que não conseguia dar-lhe muita atenção e deixei isso para o futuro.
No final do ano passado, já tendo feito três anos, aproveitamos o natal e passamos todo o mês de dezembro negociando com ele a entrega da mamadeira ao Papai Noel. Foi uma graça: o “barbudo” entrou em casa e ele correu pegar as mamadeiras para entregar.
Ocorre que o dia amanheceu e a primeira coisa que ele gritou da cama foi: “quero meu mamá”.
Foi um “chororô” daqueles! Pediu para eu ligar e pedir as mamadeiras de volta, guardou na caixa o brinquedo que havia ganhado e o devolveu na árvore. Disse o Papai Noel podia levá-lo embora, pois queria suas mamadeiras de volta.
Fiquei com o coração arrasado…
Admitindo que não era o momento de tirar a mamadeira e trocar pelo copo
Por mais que eu achasse que estava na hora de parar a mamadeira, tive que entender que que não era o momento dele. Simulei, então, uma carta do Papai Noel dizendo que dessa vez não iria levar o presente de volta, mas que tinha ficado triste dele ter pedido as mamadeiras de volta.
E ele? Ficou numa felicidade só: conseguiu as mamadeiras e pode continuar com seu presente!
Seguimos por uns quatro meses tentando alternar mamadeira e copo. Vejam que não desisti, apenas fui mais devagar na transição.
No feriado de Páscoa viajamos por quatro dias e não levei a mamadeira (sim, de propósito!) e durante a viagem ele não pediu nenhuma vez. Quando falava de leite, dava no copo ou dava um “Toddynho”, mas ao chegar em casa, na primeira noite, pediu o mamá.
Como já tinha ficado quatro dias sem, achei que era o momento de emendar: falei para ele que o bico tinha rasgado, que ia comprar outro, mas que, até lá, tinha que tomar no copo. Foi outro “chororô”, mas achei que ele estava mais maduro (aproximadamente, três anos e sete meses). Falei que no dia seguinte compraria outro e o convenci a tomar no copo falando que daria o leite a ele como dava quando era bebê: no colo.
De manhã foi o mesmo dilema, a noite a mesma coisa, e assim foi por uns três dias, até que não pediu mais e aceitou o copo numa boa.
Um dia a avó (minha mãe) “cutucou”, perguntando se ele não queria, e respondeu que sim, mas que eu havia falado que o bico da mamadeira tinha rasgado. Pensa que ela veio pedir para eu dar a mamadeira para o menino? Coisas de vó (risos), mas pra mim nunca mais pediu, e o melhor: ele continua tomando a mesma quantidade de leite e ao invés de pedir pelo mamá, ele fala: “mãe, quero leite”.
Dicas para fazer a transição da mamadeira para o copo
Minhas dicas sobre essa transição, depois da experiência com os dois, são:
- ofereça leite no copo a partir dos dezoito meses da criança, quando estão saindo da fase oral;
- respeite o tempo de cada criança, mas, observe, pois uma hora você vai perceber que chegou o momento;
- não deixe de insistir e de tentar fazer a transição, pois pode acontecer de alguma das tentativas dar certo e você perceberá seu filho já está preparado;
- evite que seja traumático (para você ou para ele), a menos que seja por algum problema de saúde ou recomendação médica. Por isso, sugiro que a transição comece aos dezoito meses. Tirar bruscamente pode ser muito ruim para todos.
Boa sorte nas transições por aí!
Beijinhos;
Edilene
[…] Admiro muito algumas mães que conheço (bem poucas, confesso) que a transição da amamentação foi direto para o copo, mas aqui em casa a mamadeira esteve presente na vida dos três, ainda estando na vida da Estela (1a e 8m). E da mamadeira ao copo eu já escrevi antes como foi a transição (leia aqui). […]
Olá Edilene,
gostaria de saber se seus filhos precisam (ou precisaram) usar aparelhos dentários para corrigir a mordida.
Olá Mariangela, até o momento não há esta necessidade. Na próxima visita ao dentista, farei o questionamento à ela.