Barriga solidária ou útero de substituição por Karen Christianne

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relato de útero de substituição

Hoje temos mais uma história daquelas que mexem com nosso coração, nos faz refletir sobre a vida e, principalmente, sobre a solidariedade! Trouxe para vocês a história da Karen que escreve o perfil @akaradakaren no Instagram e da sua irmã, Kellen, em que ela foi se prontificou a ser barriga solidária, também chamada de útero de substituição, gestação de substituição, útero emprestado ou mais popularmente, barriga de aluguel.

Acompanhem este lindo relato!

Karen, obrigada por ter aceito este convite e compartilhado esta história tão pessoal e linda aqui no Blog!

FUI BARRIGA SOLIDÁRIA DA MINHA IRMÃ

#1 Um pouco sobre a Karen

caso de barriga de aluguel

Meu nome é Karen Christianne, tenho 37 anos, sou casada há 13 anos com o Jones e mamãe do Pedro, 7 anos, e da Ana, 2 anos! Sou de Goiânia – GO, mas moro nos Estados Unidos!

Sou formada em Odontologia, mas exerci a profissão por apenas 7 anos. Nunca gostei! Eu e meu marido decidimos que era hora de parar de fazer o que não gostava ao mesmo tempo que decidimos ter um filho. Pedro chegou em 2009.

Depois que fiquei um tempo curtindo a maternidade, voltei a trabalhar. Fiz um concurso público, passei e fui trabalhar em um banco (e amava!! hahaha).

Em 2014 decidimos ter um segundo filho, pois achávamos que era egoísmo de nossa parte não dar um irmão ao Pedro. Então veio a Ana.

Mas, a minha história se confunde um pouco com a história de maternidade da minha irmã.
Então, vou contar um pouquinho da história dela também.

#2 Um pouco sobre sua irmã, a Kellen

relato de gestação de substituição

Minha irmã, a Kellen (3 anos mais nova que eu), descobriu quando era adolescente que não tinha útero. À época, foi um choque para toda a família, mas, claro, principalmente, para ela que sempre quis ser mãe.

Estava na veia e no coração o desejo de ser mãe, e eis que descobriu ainda nova que nunca poderia gerar um filho porque não tinha útero.

Lá em casa era proibido falar sobre isso porque mexeu muito com ela. Então, não tocávamos no assunto para não machucá-la.

Minha irmã se mudou para os Estados Unidos quando jovem e se casou com um rapaz que sabia que ela não poderia gerar filhos.

Os anos se passaram e ela decidiu realizar alguns exames para ver se ao menos poderia gerar óvulos e quem sabe fazer uma FIV (fertilização in vitro) em uma “barriga de aluguel”.

Descobriu com os exames que sim: ela poderia gerar óvulos, e começou um período de ansiedade onde o desejo de ser mãe aumentou.

Nesta época minha filha Ana tinha acabado de nascer. Um dia minha mãe me contou que Kellen procurava uma barriga de aluguel. E eu e meu marido já havíamos conversado e acordado que se um dia minha irmã precisasse e se eu pudesse, eu geraria um filho pra ela.

Meu marido sempre me ensinou a fazer valer o que Cristo disse em Mateus 16.24 : “Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!” e era hora de fazer valer isso. Era hora de servir!

Então, quando soube pela minha mãe que ela tinha feito os exames e que existia uma luz no fim do túnel, eu e meu marido dissemos a ela que geraríamos o seu filho.

útero de substituição Karen

Ela chorou por dois dias seguidos até me responder que faríamos.

#3 O processo para fertilização

Ela foi para o Brasil, fizemos várias consultas e ela iniciou o tratamento para gerar os óvulos. O seu marido também foi ao Brasil e conseguiram, depois do tratamento, gerar 9 embriões.

Aí eu entro em cena e começa a minha parte no tratamento: a preparação do útero para receber os embriões.

Por causa da minha idade, na época com 35 anos, só poderiam implantar 3 embriões por tentativa.

Os embriões foram implantados no dia 25 de junho de 2015.

Neste dia, minha irmã já havia voltado para os Estados Unidos e eu recebi em casa, antes de ir para clínica, uma cesta de chocolates com um cartão que transcrevo abaixo:

“Um dia me disseram a palavra IMPOSSÍVEL. Dezesseis anos depois aprendi um pouco mais sobre a palavra AMOR. Amor que faz o impossível se tornar possível. Posso sentir o amor do PAI. Posso ver o brilho de JESUS em você. Obrigada por fazer parte desse sonho. Kellen”

 

Dia 06 de julho fiz um exame de gravidez de farmácia (não consegui esperar os 14 dias que o médico havia pedido) e eu estava grávida para minha irmã!

irmã empresta úteroNo dia 11 de julho tive um sangramento. Era um sábado. Chorei copiosamente. Meu marido ligou para o médico e o médico disse que era normal, que não dava pra saber se eu tinha perdido o bebê ou não.

Naquele momento não contei pra minha irmã sobre o sangramento. Não pude. Nós nos falávamos todos os dias, mas passei o fim de semana sem responder as suas mensagens.

Na segunda pela manhã o médico fez o exame, mas ainda não dava pra ver o “bebê”. Não dava pra afirmar se eu tinha perdido ou não. Então, liguei para minha irmã e contei a ela.

Apenas duas semanas depois (as duas semanas mais longas da minha vida e da dela) é que finalmente conseguimos ver na ultrassom que eu havia perdido dois embriões, mas um deles estava implantado corretamente na parede do útero e finalmente eu podia afirmar e gritar ao vento que minha irmã ia ter um bebê.

Eu era, então, ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO da minha irmã!

caso de útero emprestado

mulher empresta utero para irmã

#4 A chegada do tão esperado bebê

barriga de aluguel entre irmãs

A gestação da Malu foi tranquila e culminou com nossa mudança para os EUA, onde minha irmã já morava há anos!

Maria Luna nasceu dia 09 de março de 2016. Já se passou mais de um ano.

bebê barriga de aluguel

bebê de barriga solidária

Um ano de alegria. Um ano em que pudemos provar e ver a glória e a bondade do Deus que servimos.

Minha irmã é mãe. Mãe da Maria Luna.

E eu? Bem, eu continuo sendo a mamãe do Pedro e da Ana! E ganhei mais uma sobrinha! 🙂

primos barriga solidária

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