Quantas vezes você se sente amargurada, triste e até desanimada em relação à educação dos seus filhos e faz diversas perguntas do tipo: “onde estou errando?” “O que fiz para que essa situação ficasse assim?” Ou, “o que fazer para mudar isso?” Já pensou alguma vez que, como pais, você tem a difícil missão de aceitar os filhos como eles são?
Sou um exemplo de mãe que tem dificuldades em lidar e até em entender algumas atitudes do meu filho mais velho. Às vezes perco até o rumo, não sei o que fazer e me sinto perdida. Mas, depois de algumas sessões de terapia, de chegar a pensar em levá-lo a um psiquiatra, e muito refletir sobre como mudar esse quadro, descobri que eu tenho essa difícil missão: aceitá-lo como ele é!
Pode ser que você tenha um filho deficiente, ou com algum tipo de transtorno mental, ou com uma personalidade muito forte, ou ainda, muito genioso e desafiador, e você não sabe como lidar com ele, mas, pode ser que, simplesmente, seu filho não seja do modelo que você sonhou.
Considero totalmente normal e até natural, que todas as mulheres que tentam engravidar ou descobrem-se grávidas, idealizem um “modelo” de filho, imaginando como será cada detalhe do seu corpo mas, principalmente, imaginando como gostaria que fosse a sua personalidade. Imagino ainda que seja normal ter uma expectativa ainda maior com o primeiro filho!
Muitas imaginam ainda (como eu imaginava na minha primeira gravidez) que tudo dependeria da educação que eu e o pai daríamos a ele, e que ser obediente, calmo, estudioso, comportado, etc, dependeria daquilo que lhe fosse ensinado ou do exemplos que tivesse em casa.
Mas, logo este bebê que era uma expectativa, nasce, e com as “garras de fora” começa a te mostrar que as coisas são bem diferentes daquele ideal imaginado por você, e conforme vai crescendo, sua natureza aflora, começam algumas frustrações nos pais e surgem as perguntas: o que aconteceu com aquele bebê tão lindo que eu coloquei no mundo? Porque eu converso, ensino, explico, exemplifico, e ele parece sequer me ouvir?
Você então procura ajuda médica, psicológica, espiritual, benzedeira, pai de santo, padre, pastor, livros, o que ensinarem você faz, mas parece que nada funciona! O desespero, a angústia, a ansiedade, batem forte e você já não sabe mais o que fazer, com quem falar ou quem poderá te socorrer.
À medida que a idade da criança avança, aquele comportamento negativo fica mais evidente e você percebe que ao invés de melhorar, piora! Muitos devem até se perguntar ou perguntarem aos médicos: ele tem algum transtorno bipolar, hiperatividade, déficit de atenção, ou qualquer outra coisa? Não é possível tanta agitação e desobediência numa criança só!
Mas, em algum momento, você consegue se perguntar se está aceitando seu filho como ele é?
E se, ao invés de recriminá-lo por seus comportamentos, você aceitá-lo como ele é e começar a demonstrar o quanto o ama e quantas atitudes boas tem dentro dele? A psicóloga que nos acompanha fala de reforçar o lado positivo.
Claro que pode ser que seu filho tenha realmente algum problema e é ótimo procurar ajuda para tirar suas dúvidas (como eu fiz procurando a psicóloga e conversando com a pediatra), mas se nada for diagnosticado, procure analisar suas atitudes em relação a ele.
Não é fácil perceber que nossos filhos têm atitudes que não gostamos ou que desaprovamos, mas perceber que cada um tem sua natureza e que o fato de ser diferente do que você esperava, não significa que ele seja pior ou melhor, significa que ele é ele, que pode ser moldado em algumas coisas, orientado em outras, mas é ele.
Isso pode ajudar bastante no processo de educação, convivência e relacionamento.
Eu estou treinando a aceitação! E você?