Todos os dias leio notícias radicais, que beiram ao extremo, em diversas áreas da vida, seja profissional, pessoal, maternidade, alimentação, etc. E cada dia mais finco a bandeira de: faça o seu melhor como mãe e ignore o resto! Afinal, sua correria de mãe é uma desculpa? A minha não!
Esse pensamento veio de uma resposta que recebi num post sobre a reportagem da Folha de São Paulo que fala sobre o consumo de produtos industrializados por bebês.
Claro que em todas as áreas temos possibilidades, principalmente, na maternidade. Podemos escolher cesárea ao invés do parto natural, dar mamadeira ao invés de amamentar, bater ao invés de conversar, fazer dormir na nossa cama ao invés do berço, dar uma comida industrializada ao invés da caseira, usar roupa de frio, de calor, tenis, sandália, etc, etc, etc.
Mas, o que é certo mesmo? Ou, o certo existe?
Minha conclusão pessoal sobre correria de mãe
Na resposta que falo acima, li (como já li em outros lugares) que correria não é desculpa, pois a pessoa (que me respondeu) também tem a vida corrida e nem por isso deixa de ter uma alimentação saudável na casa dela.
Fiquei pensando na quantidade de mães que leem esse tipo de coisa e E SE SENTEM A PIOR MÃE DO MUNDO por não conseguirem, dentro da sua correria, ou dentro da sua condição financeira, ou ainda, dentro da sua falta de habilidade na cozinha, fazer bolos, tortas, bolachas, biscoitos, refogados, molhos, massas, sucos caseiros diários, entre tantas outras coisas.
É fácil dizer que mesmo na correria de mãe que temos é possível fazer sua alimentação caseira quando se vive de cozinhar e escreve sobre isso, ou quando se tem tempo livre, um filho só, empregados que façam.
Mas, e aquelas mães, que são a maioria, como bem disse minha amiga Carla Novelli da Slingaria e Cia., que saem cedo de casa e que mal conseguem dar bom dia ou boa noite para seu filho? E aquelas mães que, por habilidade ou por suas profissões, mal sabem cozinhar um arroz, quem dirá fazer os biscoitos que os filhos vão comer? Ou saber quanto tempo dura, se pode ir na geladeira, se pode congelar, ou como armazenar. Ou ainda, aquelas que acham que o produto é bom porque é leiga no assunto.
Outra exemplo: EU! Tenho três filhos pequenos, uma casa, um marido, uma profissão (que não tem nada a ver com cozinha) e o Blog. Poxa! Tenho lido rótulos, trocado farinha branca por integral sempre que possível, comprado bisnagas de padaria com validade menor, aumentei a quantidade frutas nas lancheiras, invento modas para incluir legumes e verduras na comida das crianças, comprei air fryer, etc.
Mas, não consigo ter bolo caseiro toda semana, fazer pães, tortas, refogar legumes e verduras todos os dias, e meus filhos, além não aceitarem muitas coisas, questionam porque todos os amigos levam determinados alimentos e eles não podem levar!
CARAMBA! Coitada dessa mãe que além de não conseguir ser tão boa quanto outras, ainda é vista pelo filho como a bruxa má, pois o mundo não é feito de pessoas iguais, saudáveis, ou naturais, e eles estão expostos a isso!
Chego à conclusão de que toda essa culpa que as mães carregam vem daí: pessoas julgando umas às outras, tirando por base a sua experiência pessoal, sem olhar ao seu redor para conhecer as inúmeras realidades que existem por aí.
Por isso, mães queridas, quando lerem ou ouvirem esse tipo de coisa, ignora, passa batido, ou aproveita o que lhe for bom, e continue fazendo o seu melhor como mãe. Ninguém ama mais o seu filho do que você! E como canta Caetano Veloso em sua música Dom de Iludir, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Beijos no coração!